Arritmogênese

Bases Eletrofisiológicas - Parte I

Authors

  • Júlio César Gizzi

Keywords:

eletrofisiologia celular, automatismo, reentrada, parasistolia, atividade deflagrada

Abstract

As arritmias cardíacas sao o resultado de qualquer distúrbio na geraçao ou conduçao do impulso, ocorrendo de forma isolada ou em combinaçao. Com a utilizaçao de microeletrodos, consegue-se registrar uma diferença de potencial entre o interior da fibra cardíaca e a soluçao nutriente onde ela se encontra, denominado potencial de repouso da membrana. Após a ativaçao da célula cardíaca por um estímulo externo, surgem variaçoes significativas no seu estado elétrico, divididas em fases distintas, cujo conjunto é chamado de potencial de açao da membrana. Determinadas células cardíacas têm capacidade de iniciar potenciais de açao espontaneamente e sao designadas como células automáticas. A conduçao do impulso assim gerado se faz fibra a fibra e sua velocidade varia amplamente nos diversos tecidos cardíacos, dependendo do tipo de resposta obtido: lenta ou rápida. As enfermidades podem transformar fibras rápidas em fibras lentas, ao alterar as correntes iônicas, normalmente existentes nas células do coraçao. As arritmias podem surgir por modificaçoes do seu automatismo normal, originando batimentos ou ritmos de escape, passivos ou ativos; quando células nao automáticas mostram atividade elétrica espontânea, geram distúrbios do ritmo por automatismo anormal. Se uma fibra cardíaca com propriedades automáticas é rodeada por áreas que apresentam bloqueios de entrada e saída, provoca uma alteraçao chamada parasistolia. O potencial transmembrana tem a capacidade de apresentar oscilaçoes, durante ou no final da repolarizaçao (pós-despolarizaçoes) que, se forem suficientemente amplas e repetitivas, podem originar arritmias por atividade deflagrada. A progressao do impulso através do coraçao pode encontrar uma área onde exista conduçao lenta e bloqueio unidirecional, permanecendo neste local, durante um tempo suficientemente longo para que possa novamente reexcitá-lo, induzindo arritmias por reentrada. O fenômeno de reentrada poderá ocorrer pela presença de um obstáculo anatômico, funcional, por anisotropia ou por adiçao.

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Published

1997-10-17

How to Cite

Gizzi, . J. C. (1997). Arritmogênese: Bases Eletrofisiológicas - Parte I. JOURNAL OF CARDIAC ARRHYTHMIAS, 10(2), 65–77. Retrieved from https://jca.emnuvens.com.br/jca/article/view/3106

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Original Article